Faltam 90 dias para Paris 2024: relembre 1° ouro do vôlei de praia do Brasil nos Jogos

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Faltam 90 dias para Paris 2024: relembre 1° ouro do vôlei de praia do Brasil nos Jogos
Sandra e Jackie (à direita) ficaram eternizadas na história do esporte brasileiro com ouro em Atlanta 1996
Sandra e Jackie (à direita) ficaram eternizadas na história do esporte brasileiro com ouro em Atlanta 1996AFP
O Brasil não precisou esperar para mostrar que também é o país do vôlei de praia nos Jogos Olímpicos. Logo na primeira edição que contou com a modalidade, chegou ao pódio de uma forma muito especial ao confirmar ouro e prata de uma só vez.

O feito aconteceu em Atlanta 1996 e teve Jacqueline e Sandra como protagonistas. Nesta matéria que faz parte da contagem regressiva para Paris 2024, o Flashscore conta a história dos dois primeiros ouros olímpicos do vôlei de praia do Brasil em Olimpíadas.

A modalidade feminina foi quem fincou primeiro o lugar do país verde e amarelo nas areias olímpicas. Deixando para trás todos os adversários, o Brasil fez uma bela dobradinha na final, colocando duas duplas na grande decisão, com a certeza de que um ouro e uma prata entrariam na contabilidade do quadro de medalhas após o último ponto

As vencedoras Jacqueline Silva e Sandra Pires são lembradas até hoje pelo feito, assim como as vice-campeãs Adriana Samuel e Mônica Rodrigues. 

De rebelde a favorita sem dupla

O que fez aquele título ser ainda mais especial para a dupla vencedora foi a forma como tudo aconteceu. A formação da equipe aconteceu em 1993, depois de Jacqueline disputar, profissionalmente, o circuito dos Estados Unidos, berço da modalidade.

Por lá, ela conseguiu ir bem antes da decisão de voltar ao Brasil. Ex-jogadora de vôlei de quadra, modalidade que a fez estar nos Jogos por duas vezes, ela pediu uma indicação de possível parceira, fazendo contato com Sandra antes do acerto ser confirmado.

"O sabor especial veio pela minha história lutando pelos mesmos direitos das atletas mulheres, que mereciam condições iguais às dos homens. Para mim, quem inventou o vôlei de praia foi os EUA. Depois deles, vem o Brasil. Durante alguns anos, eles foram os grandes campeões, ajudando a difundir a modalidade pelo mundo".

"Fico feliz de ter brilhado na Califórnia e ter sido precursora do vôlei de praia feminino no Brasil. A Sandra não tinha muita experiência, mas sobrava nela vontade de aprender", comenta Jackie, considerada uma rebelde pela forma como se posicionava.

Panos quentes

Sua presença em Atlanta só foi possível depois de um acordo com a CBV, com as pazes sendo feitas em prol da sua participação. Este acerto era necessário para a dupla ter autorização para disputar o Circuito Brasileiro e somar pontos pensando nos Jogos de 1996.

Jackie ficou conhecida por ser uma levantadora de bom nível e também por sua postura e personalidade forte. Em 1985, foi cortada da seleção brasileira depois de vestir o uniforme ao avesso, uma maneira de protestar contra a publicidade gratuita que as jogadoras do Brasil faziam ao vestir a camisa nacional. Jackie teve um total de três cortes do time brasileiro.

Nas quadras de Atlanta, foi preciso paciência para que as coisas fluíssem. Mais experiente, Jaqueline cobrava de Sandra, que sabia que tinha muito a evoluir ao seu lado. Em Atlanta, as adversárias foram sendo derrubadas antes da grande decisão 100% brasileira.

Campanha do vôlei de praia feminino em Atlanta 1996 (apenas a final tinha dois sets)

Brasil x Indonésia (15-2)

Brasil x Austrália (15-13)

Brasil x Brasil (15-4)

Brasil x Estados Unidos (15-8)

Final: Brasil 2 x 0 Brasil (12-11 e 12-6)

Ouro masculino veio nas areias gregas

Foi somente em 2004 que veio a primeira medalha de ouro do vôlei de praia masculino do Brasil. Os responsáveis pela conquista foram Ricardo e Emanuel, que chegaram ao lugar mais alto do pódio em Atenas. Na decisão, eles venceram Javier Bosma e Pablo Herrera, da Espanha, para igualar o feito das mulheres brasileiras na mesma modalidade. 

Na caminhada do ouro inédito, adversários de algumas potências apareceram já na primeira fase. Nos duelos de mata-mata, foi preciso superar três duplas suíças antes de chegar à decisão. 

Ricardo e Emanuel chegaram a Atenas com experiências anteriores em Olimpíada
Ricardo e Emanuel chegaram a Atenas com experiências anteriores em OlimpíadaAFP

Ricardo e Emanuel, que já tinham experiência em Jogos Olímpicos, confirmaram o favoritismo que, muitas vezes, fica pelo caminho. Eles chegaram à Atenas na liderança do ranking e ostentando o título de atuais campeões mundiais.

O apoio de um psicólogo e estudo de estatísticas, em um período em que os dados eram pouco valorizados, contribuíram para uma ótima preparação antes da busca pelo sonhado ouro. 

Depois de chegar à final, os brasileiros usaram entrevistas da equipe espanhola para se motivar. Os europeus afirmavam que sabiam como enfrentar os adversários, que já tinham sido vencidos anteriormente. 

Campanha do vôlei de praia masculino em Atenas 2004

Brasil 2 x 1 Noruega (21–15, 19–21 e 15–10)

Brasil 2 x 0 Austrália (21–17 e 21–17)

Brasil 2 x 0 EUA (21–17 e 21–10)

Oitavas de final

Brasil 2 x 1 Suíça (21–15, 19–21 e 15–6)

Quartas de final

Brasil 2 x 0 Suíça (21–13 e 21–16)

Semifinal

Brasil 2 x 1 Suíça (21–14, 19–21 e 15–12)

Final

Brasil 2 x 0 Espanha (21–16 e 21–15)